Reação da China deve favorecer vendas de carne do Hemisfério Sul
Avaliação é do CEO da Minerva, que também credita a projeção à oferta de carne dos EUA. Minerva atua com exportações em países do Hemisfério Sul
Após um terceiro trimestre com lucro praticamente estável, o CEO da Minerva Foods, Fernando Galletti de Queiroz, acredita que uma recuperação gradativa na economia da China e a baixa oferta de gado nos Estados Unidos devem favorecer a venda de carne bovina do Hemisfério Sul, região em que a companhia atua com exportações. “A gente vê em China uma gradual recuperação e um otimismo maior”, disse o executivo a jornalistas em videoconferência nesta quarta-feira (08/11).
O país é o principal comprador da proteína do Brasil e o baixo patamar de preços pagos pelos chineses afetou as receitas de todo o setor ao longo do ano. Ele ressaltou ainda a abertura da China para o embarque de carne bovina produzida na Colômbia, onde a empresa também está presente. No caso dos Estados Unidos, maior concorrente do Brasil no comércio global, Galletti disse que os norte-americanos passam por um período duro de oferta de gado, que deve demorar para terminar. “O abate de matrizes foi muito grande nos EUA, fez com que gradualmente reduzisse seus volumes (de gado), e esse volume está sendo ocupado pelo Hemisfério Sul”, pontuou.
Por outro lado, os Estados Unidos estão em vias de aprovar a entrada da carne produzida no Paraguai, o que configuraria mais uma via de exportação de produtos da Minerva. Para a Argentina, outra país em que a companhia opera, a percepção do CEO é de que independentemente do governo que virá com o resultado das eleições presidenciais que estão em curso, há uma necessidade de moeda forte. “Então, as exportações serão a grande tendência para a Argentina”.
Do ponto de vista do consumo, Queiroz afirmou que há indicadores de que a demanda interna por carne bovina está em um momento positivo e deve permanecer “pelo menos nos próximos dois trimestres”. “Sobre preço de gado a gente olha o que está o mercado, estável para os próximos 12 meses”, comentou o diretor financeiro da Minerva, Edison Ticle. “Mas independente do preço do gado, a gente vê com muito otimismo o setor para o curto e médio prazo”, finalizou.
GLOBO RURAL