Marfrig planeja investir até R$ 2 bilhões em gado próprio no Brasil
Objetivo é alcançar um percentual de 25% dos abates oriundos de animais criados e engordados pela própria empresa. Atualmente, a empresa possui 5% de seus abates realizados a partir de rebanho próprio
A Marfrig revelou recentemente, durante teleconferência com analistas, que planeja investir entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões na aquisição de gado próprio para alcançar um percentual de 25% dos seus abates oriundos de animais criados e engordados pela própria empresa – percentual semelhante ao praticado em sua subsidiária nos EUA, a National Beef.
Atualmente, a empresa possui 5% de seus abates realizados a partir de rebanho próprio, adquiridos das fazendas da família Molina. Se consideradas apenas as operações continuadas, ou seja, que não foram vendidas, o percentual de gado próprio da Marfrig chega a 10% no Brasil. “Com o abate próprio você consegue ter um controle maior da cadeia de produção do que quando fica só no spot. A National Beef, com o U.S Premium Beef que tem 25%, consegue ter uma estabilidade e uma qualidade maior de produto”, observou o sócio-controlador da Marfrig, Marcos Molina.
A empresa não deu prazo para chegar a um quarto de abates com gado próprio no país, mas Molina avalia que o momento de baixa no mercado do boi gordo é favorável para realizar o investimento, avaliado entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. “Há dois anos um bezerro era R$ 3.200 e a arroba do boi chegou a R$ 420. Hoje, um bezerro é R$ 1.600 e a arroba do boi R$ 220. Então a gente espera fazer esse investimento nesse melhor momento”, destacou o executivo.
Segundo ele, o capital para o investimento deve vir da conclusão da recente venda de ativos para a Minerva. Com o novo modelo, a empresa espera reduzir a ociosidade de suas unidades de abate, elevando a taxa de utilização do parque fabril para acima dos 90%, e aumentar os níveis de rastreabilidade da cadeia. A meta é alcançar 100% de gado rastreado em todos os biomas até 2025. “Isso também pode ajudar o Brasil a abrir muito mais mercados igual ao Uruguai que tem rastreabilidade completa e tem hoje 15 mercados a mais que o Brasil”, avalia Molina.
Globo Rural