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Sindicarne - Goiás

Exportação de carne bovina in natura bate recorde em maio

 

A exportação de carne bovina in natura do Brasil somou 212 mil toneladas em maio, alta de 25,85% na comparação com o mesmo mês do ano passado, configurando um novo recorde mensal na série histórica, com o país vivendo um momento de maior oferta e preços competitivos, de acordo com dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados na quinta-feira.

O preço médio na quinta semana de maio/24 ficou com US$ 4.504 mil por tonelada, queda de 11,60% frente aos dados divulgados em maio de 2023, em que os preços médios registraram o valor médio de US$ 5.095 mil por tonelada. O volume exportado pelo Brasil, maior exportador global de carne bovina, considera o produto fresco, refrigerado ou congelado. O total de maio supera as 208 mil toneladas registradas em abril e o recorde anterior, de dezembro de 2023, de 208,4 mil toneladas, conforme dados da Secex. 

Os embarques do Brasil, que tem exportadores como as gigantes do setor de proteína animal JBS, Marfrig e Minerva, estão mais competitivos frente a outros países concorrentes, como os Estados Unidos, que atualmente vivem um ciclo de baixa oferta de animais. O valor exportado no mês passado, 954,9 milhões de dólares, representa uma alta de 11,3% na comparação com maio de 2023, apesar de uma queda no preço médio do produto exportado de 11,6%, que foi mais do que compensada pela alta nos volumes. 

As grandes exportações acontecem após o Brasil ter registrado um recorde abates de bovinos pelos frigoríficos no primeiro trimestre, conforme números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgados na quinta-feira, uma vez que a pecuária do país vive um ciclo de maior oferta de animais. O abate de bovinos no Brasil avançou 24,6% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, informou o IBGE.

 Com os preços da arroba bovina encerrando o primeiro trimestre cerca de 20% abaixo do mesmo período do ano passado, produtores elevaram o abate de fêmeas. “Com isso, temos preços despencando pelo excesso de oferta chegando ao mercado. Com preços em baixa, exportamos volumes recordes porque estamos abrindo mercados e estamos baratos (boi gordo de 40 dólares/arroba), o mais barato do mundo entre os grandes exportadores”, afirmou à Reuters a diretora-executiva da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel. 

Ela observou ainda que os dados do IBGE vieram em linha com as expectativas. Diante dos preços baixos da arroba, os produtores estão produtores abatendo vacas para gerar caixa e pagar as contas, frisou a especialista. Ela acrescentou que este ciclo de oferta mais alta de animais, que tem beneficiado o Brasil, deve durar até o começo do próximo ano.

Reuters