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Sindicarne - Goiás

Confinamento de gado no Brasil deve crescer 2,5% em 2024

 

Censo de empresa de nutrição estima que país deverá alcançar 7,379 milhões de animais confinados. A queda nos preços do milho e farelo de soja, insumos usados na ração animal, é um dos fatores importantes para o incentivo à adoção do confinamento

Os pecuaristas do Brasil devem elevar em 2,5% o volume de gado com terminação em confinamento em 2024, comparado ao ano passado, a 7,379 milhões de bovinos, conforme dados preliminares do Censo de Confinamento da companhia de nutrição animal dsm-firmenich divulgados na terça-feira (4/6). Walter Patrizi, gerente técnico de confinamento para a América Latina da dsm-firmenich, disse que o número indica as intenções de confinamento existentes no Brasil, visto que os envios de gado para terminação intensiva começaram no mês passado. “No final do ano teremos a certeza se esse número se consolidou, mas é muito provável que teremos esse número recorde”, ressaltou o executivo em videoconferência com jornalistas. 

A queda nos preços do milho e farelo de soja, insumos usados na ração animal, é um dos fatores importantes para o incentivo à adoção do confinamento. Outra questão é a condição das pastagens, que perdem vigor quando o clima está mais frio e seco. “Houve uma redução de custo muito importante desde o ano passado. Ainda temos um patamar de arroba muito baixo, mas teve uma redução muito grande nos pastos nos últimos anos, na seca não conseguimos mais comportar o volume de gado no pasto, então a gente precisa confinar”, explicou Patrizi. 

Os cinco Estados com maior volume de bovinos confinados neste ano devem ser, respectivamente: Mato Grosso, com 1.571.870 animais (21% do total de confinados); São Paulo, com 1.227.965 animais (17%); Goiás, com 1.199.700 animais (16%); Minas Gerais com 840.870 animais (11%) e Mato Grosso do Sul, com 811.265 mil animais (11%). “Mato Grosso é o Estado que mais vem crescendo no confinamento”, afirmou Patrizi, sem detalhar o avanço em números.

 João Luiz Ribeiro Pacheco, especialista de dados da empresa, destacou que o número de fêmeas enviadas para confinamento ainda é bem menor que o de machos, mas vem crescendo desde 2022, “o que indica o momento do ciclo pecuário”. Atualmente, os pecuaristas estão abatendo fêmeas, o que ajuda a manter a oferta elevada. No entanto, esta dinâmica resultará no enxugamento da oferta nos próximos anos, com a redução na quantidade de bezerros nascidos. Com base em informações da ferramenta de inteligência FarmTell, Pacheco disse ainda que o índice de fêmeas confinadas era de 6% até 2021, passou a 14% em 2022 e chegou a 16% em 2023. 

Dados do Tour de Confinamento da dsm-firmenich em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), realizado em 2023, mostram que, em média, os bovinos ganharam 7,95 arrobas em 103 dias com a terminação intensiva. Os animais entraram com média de peso vivo inicial de 13,6 arrobas e saíram com 21,55 arrobas. E, do ponto de vista financeiro, o retorno sobre o investimento (ROI) por adotar o confinamento foi de 6,69%, “uma média acima do mercado, no período aos produtores”, de acordo com a empresa.

Globo Rural