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Sindicarne - Goiás

Arroba do boi gordo continuará valorizada no 1º semestre?

 

Primeira semana de abril teve valorização de até 3,6% nas cotações. Contudo, alguns fatores podem pressionar os preços nos próximos meses. O mercado físico do boi gordo registrou novos aumentos de preço no Brasil ao longo da semana. De acordo com o analista de Safras & Mercado Allan Maia, o encurtamento das escalas de abate, que tem variado entre cinco e seis dias úteis, contribuiu para o crescimento das cotações da arroba. Outro fator que ajudou esse movimento de valorização é a expectativa de avanço no consumo de carne bovina, considerando a entrada dos salários na economia e o feriado de Páscoa. “As exportações de carne bovina em ótimo nível pelo Brasil também ajudam a reduzir a disponibilidade interna da proteína”, sintetiza Maia.

 O coordenador da equipe de Inteligência de Mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, enxerga continuidade da valorização da arroba do boi gordo na primeira quinzena de abril. “Porém, na segunda quinzena, é possível que o mercado esteja mais pressionado, mas ainda assim se mantendo próximo aos R$ 300 por arroba.” Segundo ele, isso acontece por conta da chegada do outono que motiva a tradicional desova de fim de safra. “O capim perde o seu vigor e, assim, temos um cenário de maior necessidade do vendedor em ofertar boiadas entre abril e maio, o que colabora com um cenário mais baixista, seja em ano de alta ou de baixa”. 

Ainda assim, de acordo com o especialista, 2025 será um ano com viés de baixa sem muita força. “A ‘barrigada’ para este final de safra não deve ser muito forte, então não interpretamos um cenário em que o mercado ceda, salvo se as condições que tivermos agora de mercado, como a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a manutenção de exportação ao mercado chinês, as aberturas de mercado e o mercado doméstico não sofrerem nenhuma alteração”. O cenário exportador de carne bovina esteve aquecido no primeiro trimestre do ano, com recorde de exportação e preço em dólar maior do que em 2024. “Esses fatores contribuem para que a indústria exportadora garanta as suas margens. 

Quanto à oferta de boiadas, vemos elas chegando de forma constante no mercado, em linha com os números do primeiro trimestre de 2024. Contudo, janeiro e fevereiro deste ano registraram abates superiores na comparação anual, de acordo com o Sistema de Inspeção Federal, ainda que tenham desacelerado nos últimos dias, principalmente em março.” Segundo Fabbri, o ritmo mais lento dos últimos dias tem provocado dificuldades de os compradores encontrarem machos terminados e bem-acabados nas praças de comercialização, levando à firmeza da arroba do boi nesta semana, mesmo com a maior participação de fêmeas na linha dos abates. 

Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do Brasil estavam assim no dia 3 de abril, conforme dados de Safras & Mercado: São Paulo (Capital): R$ 325, avanço de 1,56% frente ao fechamento da última semana, de R$ 320. Goiás (Goiânia): R$ 320, alta de 3,23% perante os R$ 310 da semana passada. Minas Gerais (Uberaba): R$ 305, estável frente ao fechamento anterior. Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 320, acréscimo de 1,59% frente aos R$ 315 do último período. Mato Grosso (Cuiabá): R$ 310, aumento de 1,64% frente à semana passada, de R$ 305. Rondônia (Vilhena): R$ 285, valor 3,64% superior frente aos R$ 275 do último período. O mercado atacadista manteve preços ao longo da semana, embora haja uma tendência de elevação no curto prazo em meio à expectativa de demanda mais firme na primeira metade de abril. O quarto do traseiro do boi foi cotado a R$ 25,50 o quilo, sem alterações ante o fechamento da semana passada. Já o quarto do dianteiro do boi foi vendido por R$ 18,50 o quilo, também sem mudanças.

Agência Safras